domingo, 11 de novembro de 2018

Minha História

Sempre fui do tipo roliça. Acostumei-me a imagem de uma criança gorda, de uma adolescente gorda e de uma mulher gorda.

Ser gorda era algo natural e, na realidade, não via ou sentia que a minha imagem (a de uma pessoa gorda inserida numa sociedade fit, saudável e jovem) me impedia de alcançar os meus sonhos ou os meus objetivos: ser feliz, ou seja, ter um trabalho (na falta do premio do Euromilhões, um salário digno é sempre uma opção), encontrar o homem da minha vida, constituir uma família.

De facto, ser gorda até me ajudou em algumas coisas:

- quando encontrei alguém, descobri que ele realmente me queria ao seu lado, não era um engodo;

- descobri a natação (cheguei mesmo a praticar natação 4 vezes por semana) e a dança;

- aprendi a observar mais e mais profundamente (e acreditem que para uma pessoa tão distraída como eu, esta é uma mais valia preciosa! - nota: capacidade ainda em aprimoramento.)

É claro que alcancei todos os meus objetivos e todos os dias luto por mantê-los, mas muitas vezes penso em como a minha vida seria muito mais simples e MUITO menos dramática se fosse mais magra...

Penso que as pessoas que estão acima do peso, aliás, toda e qualquer pessoa cujo corpo foge do padrão, reconhece-se no filme de terror que é ter que encontrar uma peça de roupa (seja qual for) que sirva no corpo e na carteira.

Entra-se em mil lojas, apenas para descobrir nada, ou pior, descobrir o quão deprimente é ficar satisfeita (e agradecida!) por encontrar qualquer coisa.

Drama a mais para algo tão básico.

Procurei muito tipo de ajuda (endocrinologistas, nutricionistas, ginásios, exercícios caseiros, tratamentos estéticos, etc.) e perdi a conta das tentativas falhadas e do dinheiro gasto ao longo destes anos todos.

Até começar a trabalhar, minha mãe controlava a minha comida e matriculou-me na natação e na dança. Continuei roliça, mas nos anos 80, minha mãe fazia o possível.

Quando comecei a trabalhar, até cheguei a ir numa consulta do Talon, mas não me dei bem com a medicação e fui obrigada a parar.

Também experimentei a Naturhouse durante anos. E até ia funcionando, mas nunca cheguei se quer perto do peso que pretendia e sempre a gastar.

Engravidei com 110 kg (estava a emagrecer para tentar engravidar da forma mais saudável possível, mas aconteceu antes do desejado) e cheguei facilmente aos 135kg. Felizmente fui acompanhada por um médico extremamente competente e tudo correu bem para mim e para o meu filho. Ufa!

Durante os últimos 8 anos, continuei a tentar, mesmo quando tive que enfrentar um problema de urticária crônica grave que me obrigava a tomar doses cavalares de cortisona na forma de comprimidos e por intravenosa. Ninguém sabia dizer o porquê desta doença ter sido despoletada, apenas tentavam controlar, até que um dia, (um belo e maravilhoso dia), desapareceu da mesma forma como apareceu: em um piscar de olhos.

Em janeiro deste ano não me atrevia a por os pés em uma balança e internamente pensava que tinha entrado em um caminho sem retorno.

No entanto, em abril, minha irmã descobriu a Dieta 3 Passos e meio a medo, meio esperançosa, marcou uma consulta para ela e para mim.

Comecei no dia 3 de maio.

Recorri aquela consulta como último recurso, pois as minhas outras alternativas seriam manter-me assim gorda para o resto da vida (e meu filho?) ou fazer a cirurgia de banda gástrica (há muitos casos de sucesso, mas também há o reverso da medalha...).

Aqui vou descrever esta minha aventura.

Sejam bem vindos!

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